terça-feira, 29 de setembro de 2009

Prudência!

Marcelo Becacici

A prudência está entre as quatro virtudes principais da Antiguidade e da Idade Média. Talvez por isso, uma das mais esquecidas nos dias de hoje. No entanto, é a virtude mais moderna, ou antes, aquela que em nosso tempo se torna mais necessária.


Max Weber a classifica como “ética da responsabilidade”, onde, sem renúncia aos princípios, sugere preocupação com as conseqüências. Prudência é o que separa a ação do impulso e o herói do inconseqüente.


Para Aristótoles trata-se de uma “virtude intelectual”. É a disposição que permite deliberar corretamente sobre o que é bom ou não numa situação determinada. Tem compromisso com o verdadeiro, com o conhecimento e com a razão. Diz ainda que a prudência supõe a incerteza, o risco, o acaso e o desconhecido.


Já Santo Tomás ao comparar a justiça à prudência diz que sem esta, o justo amaria a justiça mas, não saberia como promovê-la. Da mesma forma comparada à coragem, fala que o corajoso sem a prudência, não teria limites ou regras para utiliza-la. “Não basta amar a paz para ser pacífico”.


A máxima da prudência é o cuidado, a cautela. “Caute”, dizia Spinoza. É preciso ter cuidado também com a ética, quando ela “despreza seus limites ou suas incertezas”. É imprudente falar apenas da ética, assim como é antiético ser imprudente.

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